O Médium Umbandista – parte I
Geralmente, o médium “novo” se “modela” pelo comportamento dos mais antigos. Porém, por possuir sua natureza íntima, também vai modelando-a segundo o novo em sua vida que lhe está sendo apresentado. A partir destas duas “modelagens” irá aflorar um “médium equilibrado” e capaz de manter sua individualidade e integrá-la naturalmente à corrente a que pertence.
Todavia, em inúmeros casos, a formação religiosa anterior do médium “trabalha contra ele”, que não faz nada para assumir uma postura mais afinizada com sua nova condição religiosa, pouco contemplativa e bastante ativa, pois não está indo ao seu Centro só para rezar e sim para “trabalhar”.
Desta forma o médium tem dificuldade em entender que todo o seu psiquismo precisa ser trabalhado lentamente e ir sendo adaptado à sua nova condição: a de membro ativo de uma corrente espiritual. Pois.
E mesmo a falange espiritual que irá atuar através do “novo médium” terão que adaptar-se à corrente que os recebeu e os aceitou como seus novos membros.
É comum surgirem insatisfações de todos os lados, pois o “novo” tem dificuldade em submeter-se ao mais “velho”, tanto quanto este tem dificuldade em lidar com quem não se “enquadra” automaticamente numa postura e comportamento já sedimentado.
O médium é o “elo mais frágil” de uma corrente espiritual, porque muitas das suas dificuldades materiais ou desequilíbrios emocionais interferem no seu desenvolvimento mediúnico ou suas práticas espirituais.
Pode-se subdividir em duas principais atribulações do médium:
As dificuldades materiais são: dívidas, insatisfação com o atual emprego, o desemprego, dificuldades nos negócios, doenças familiares, insatisfação com a moradia, insatisfação com o automóvel…
Os desequilíbrios emocionais são: discórdias familiares, rebeldia, imaturidade para entender sua mediunidade, incapacidade para lidar com os aspectos mediúnicos de sua religiosidade, gênio agressivo, falta de atenção à sua mediunidade afetando assim o sistema nervoso e emocional, impetuosidade, desarmonia doméstica, não assimilação das orientações doutrinárias, fobias, desequilíbrio financeiro…
As dificuldades materiais são temporárias e, assim que o médium superá-las, recuperará seu entusiasmo e desejo de ser útil aos seus semelhantes.
Porém, os desequilíbrios emocionais são de difícil solução. Isto porque, em muitos aspectos, os indivíduos não se dão conta da existência deles, e até acham que é implicância dos outros, quando os alertam para que trabalhem e aperfeiçoem-se nos campos onde mais eles são visíveis.
Aí tem aqueles que, caso se insista nos alertas, revoltam-se e começam a vibrar ódio ou antipatia por quem só os está alertando porque quer “vê-los” bem e em harmonia com a vibração da corrente sustentadora dos trabalhos espirituais. Não raro “correm” para as redes sociais e assim compartilhar suas opiniões(sic), complicando ainda mais o gradiente vibracional negativo, à espreita dos obsessores e kiumbas.
O médium “novo”, ou se intimida bloqueando o próprio desenvolvimento mediúnico e sua efetiva integração ao corpo mediúnico da casa, ou tenta impor dentro dela “seus distúrbios comportamentais” e seus vícios emocionais, também se desarmonizando e bloqueando o aflorar natural de suas faculdades mediúnicas.
Existe também o caso de médiuns experientes, mas que não adquiriram maturidade, e que por isso mesmo tentam impor aos mais novos sua vasta experiência, esquecendo-se de que ela é só sua, e não pode ser passada integralmente ao médium novo, pois este só conseguirá internalizar e incorporar as experiências espirituais que vier a vivenciar em si ou através de si.
Continua…
Num mundo de impuros, deixa-te “corromper” pela pureza!
Permita-se ser feliz. Conheça a Umbanda!
.´. Ashé
Por Alíssio Tully – C.E.U. Estrela Guia
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