Quem cuida do dirigente?
Essa é uma pergunta que ouço constantemente: Quem cuida do dirigente de uma Centro/Terreiro?
Alguém mais apressadinho pode responder:
– Ahhhh, os Guias Espirituais têm a “obrigação” de cuidar do dirigente! Uau!
Verdade ou não, observo em outras religiões que funcionam como “verdadeiras empresas”, ou seja, possuem setores especializados para o atendimento dos seus sacerdotes e isso inclui: sessões com psicólogos, terapia de grupo, desintoxicação, descarrego, e por aí vai.
Obviamente refiro-me as religiões instituídas com um diretório central. Sendo assim, isso não se encaixa no perfil umbandista. Essa é a nossa triste realidade, principalmente quando esta realidade vem seguida de valores hipócritas ou de falso moralismo. Exemplos práticos aos quais já presenciei algumas vezes:
* O dirigente que se encontra extremamente doente, fisicamente, e também em função do excesso de trabalho, mas… não acha “justo” solicitar ajuda fora da sua Casa, pois isto pode ser visto como um “ato de fraqueza” e logicamente vai servir como exemplo ruim para os outros médiuns.
* A mesma situação de caos pode se estabelecer na vida de um médium, lembrando que o dirigente também é um médium, e este modelo de não-ajuda ou de falta de reciprocidade se multiplica na Escola Umbandista onde se confunde ajuda mútua com fraqueza. Lembro-me de situações onde procurei amigos e irmãos que são sacerdotes e a ajuda NUNCA me foi negada e tampouco questionada em relação ao meu “problema”. Não tenho a necessidade de citar os vários nomes aqui, mas sei que precisando posso passar lá, onde serei recebido de braços abertos não para trabalhar, mas sim para SER TRABALHADO.
* O dirigente que se vê em uma posição de INSUBSTITUÍVEL, sem ele nada acontece, não existe trabalho ou alguém com capacidade para lhe substituir no trabalho; afinal, delegar é um ato impensado.
Dentro desta consciência se revela a necessidade de comunhão com os nossos irmãos, pois ninguém, absolutamente ninguém faz nada sozinho. NUNCA! Ninguém é autossuficiente.
Nosso Divino Pai Criador, nos inspira a todo instante por evolução e expansão da consciência e, para isso, não devemos desenvolver um “castelo do ego”, onde se acredita em uma onipotência pessoal, QUE NÃO EXISTE!
O sacerdote que exerce a Fé, Amor e Caridade, mas se fecha no seu “mundinho pessoal”, intransferível, inviolável e egoísta não está representando uma religião; está apenas dentro dela para vivenciar um cargo ou um grau que a sociedade, seja em seu trabalho, na família ou em âmbito pessoal, não lhe presta este grau de reconhecimento. Assim, ele “transfere” o seu “poder” para a sua “religiosidade”…
Pedir não é errado; ERRADO é mentir que não precisa de ajuda!
Pense nisso.
Num mundo de impuros, deixa-te “corromper” pela pureza!
Permita-se ser feliz. Conheça a Umbanda!
.´. Ashé
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