A Umbanda e a simbologia

Por: Alíssio Tully – C.E.U. Estrela Guia

Se considerarmos como metáfora que a Natureza são as impressões digitais do dedo de Deus (Olorum), certamente seriam as do dedo indicador, aquele que nos aponta o caminho a ser seguido, enquanto que os dedos “mindinho”, “anelar” e “médio” indicam o próprio Criador, e o “polegar” aponta para o Céu, neste caso o Céu que está sobre nós. No mundo onde habitamos, a força contida em pequenos gestos denota o quanto os símbolos podem nos ajudar a compreender os mecanismos da Vida.
A Simbologia Umbandista, rica em detalhes, possui conteúdos primitivos da maior relevância no mundo moderno, os dias atuais. O significado das cores, paramentos, gestual, danças, pontos riscados (sinais cabalísticos), pontos cantados (mantras), imagens, ritos de passagem, transcendem a forma objetiva e, de alguma maneira, tentam reproduzir manifestações da Natureza. Portanto, a leitura dos símbolos umbandistas não deve se limitar apenas ao entendimento intelectual. É necessário perceber as estruturas simbólicas existentes nas Leis Naturais e, sem fanatismo algum, são utilizadas nos diferentes níveis de comunicação.
A negação das representações simbólicas pode ser comparada à rejeição aos sonhos. Negá-los apenas porque são sonhos é o mesmo que tentar destruir o futuro por antecipação. Os atos litúrgicos, presentes na maioria das religiões, não deixam de simbolizar a sinalização dos caminhos que levam ao Criador. Entretanto, precisamos estarmos atentos para não confundirmos as representações com o que elas representam. Do contrário, estaríamos confundindo os caminhos que conduzem a Deus (Olorum) com o próprio Deus (Olorum).
Do ponto de vista físico, os elementos ou espaços utilizados para as consagrações devem ser os mais naturais possíveis, evitando-se com isso a utilização de produto sintético, plástico e acrílico. Tais materiais não possuem bom desempenho energético. Os espaços consagrados às representações sagradas devem, por natureza, apresentar características ideais para os fins a que se destinam. Sua preservação é prerrogativa exclusiva do Corpo Mediúnico e que são preparados para mantê-los. A manutenção dos Espaços Sagrados requer a realização de ritos regulares, específicos e todos eles dirigidos.
Consciência intelectual sobre os fundamentos das representações simbólicas e suas implicações no desenvolvimento mediúnico são primordiais ao estabelecimento de uma relação harmoniosa entre o Médium e seus valores Sagrados. Essa forma de Consciência é decisiva na construção das estruturas sagradas do indivíduo, ao mesmo tempo que lhe fornece referências éticas objetivas. Os desenvolvimentos mediúnicos jamais são “apoiados” em repetições automatizadas. Não.
A dimensão espiritual dos Símbolos é um lugar que só podemos acessar trilhando os complexos caminhos da crença, do estudo aprofundado sobre Umbanda. O significado espiritual de uma simples floresta não é mensurado apenas pela sua beleza ou pela biodiversidade que apresenta. Não. Tais características podem indicar uma qualidade de Oxossi (Orixá das Matas), mas não o seu plano espiritual. Se analisarmos os fatores de convergência e divergência que existem nas relações entre o observador (Homem) e o observado (Floresta), perceberemos que o plano espiritual dos símbolos é proporcional à capacidade de convergência existente no interior do observador. Ou seja, o acesso à dimensão espiritual dos símbolos dependerá da capacidade mediúnica do observador de “incorporar” as energias sutis da mata, motivado pela crença de uma Luz Filosófica, tal qual aplicado no C.E.U. Estrela Guia.

 

Por Alíssio Tully – C.E.U. Estrela Guia

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