Umbanda & Kardecismo

1) Umbanda é uma religião – sancionada pela presidenta Dilma em 16 de maio de 2012, o Dia Nacional da Umbanda, comemorado anualmente em 15 de novembro.

Allan Kardec – pseudônimo usado por Hippolyte Léon Denizard Rivail – quando questionado sobre o espiritismo ser uma religião, explica que como doutrina e em seu sentido filosófico que exprimem ideais de fraternidade pode ser considerado uma religião.

Porém, também chama atenção para o ponto que se o espiritismo fosse visto como uma religião, ele não mais se diferenciaria das cerimônias, hierarquias, misticismos e outros princípios que as religiões carregam consigo e que não cabem a doutrina espírita.
No livro Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita, o autor ressalta seus argumentos sobre o Espiritismo ser ou não religião, “Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem deveria enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz na Casa Espírita: Doutrina filosófica e moral“.

2) Estrutura religiosa, ritualística e simbólica (uso de roupa branca, pontos cantados etc.)

Embora suas vertentes possam se distinguir em alguns aspectos, a Umbanda tem fundamento próprio, organizando-se em suas hierarquias, concepções e crenças.

3) Uso de elementos e sinais magísticos (velas, pontos riscados, atabaques, defumação, etc.)

O espiritismo codificado por Allan Kardec recusa veemente o uso de qualquer tipo de magia e desconhece o efeito destas sobre corpo e espírito. Na obra, O Livro dos Espíritos consta a seguinte passagem, “Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos“.
Já na cultura Umbandista é reconhecido e legitimado o uso e os efeitos de magias, ditas como brancas, a fim de estabelecer o seu sentido virtuoso, onde é usada para promover qualidade de vida e quebra de demandas.

4) Altar/Congá com imagens (sincretismo religioso)

O altar/congá com imagens faz parte do processo do sincretismo em que a religião nasceu (junção de diversas frentes religiosas e filosóficas), resistiu ao tempo e permanece até hoje.
Já a presença dos santos católicos dentro dos terreiros se dá não só pelo fato da Umbanda incorporar outras crenças em sua fé, mas pela discriminação e repressão que os cultos afro sofreram no país na época da escravidão.
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Na época em que os Orixás eram considerados desencadeadores de “magia negra” pelos segmentos da alta sociedade, a solução encontrada foi viver a fé sincretizando as divindades aos mártires católicos aceitos pela sociedade.

5) Culto aos Orixás

Dentro da Umbanda é cultuado o panteão de Orixás(etimologicamente, deriva de pan (todo) e théos (deus), significa, literalmente, o conjunto de deuses de determinada religião) que são as divindades de origens africanas. Na doutrina espírita essa crença não ocorre, e os espíritos aceitos são somente os “mais evoluídos”, capazes apenas do uso da palavra, escrita ou oral, ser o elo da Fé.

As semelhanças existem com o espiritismo na mediunidade, comunicação com espíritos, a prática da caridade, e o grande potencial de estudo e compreensão espiritual que a filosofia espírita possibilitou e eclodiu com seus conhecimentos através dos tempos.

Num mundo de impuros, deixa-te “corromper” pela pureza!

Por Alíssio Tully – C.E.U. Estrela Guia

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