#XôDemanda

Há uma máxima: “A Umbanda é predadora natural da Magia ‘Negra’. Aqui cabem parênteses, assim logo de cara. 
Magia Negra é nome popular de Magia Negativa/Maléfica e muitas vezes promovida por um Mago Negativado/Mago que faz maldade e, de novo, conhecido por ‘Mago Negro’. Do ponto de vista deste que vos escreve, “negro” é uma etnia e jamais deveriam ter sido usados os termos “Mago Negro/Magia Negra”, pois foi atribuído um termo pejorativo a uma etnia. Para alguns escritores, trata-se de uma raça.

Veja, há uma grande controvérsia em torno do tema raça x etnia. 
O termo raça referindo-se a humanos está abolido? Posso falar em raça negra sem ofender? 
Enfim, eu pertenço a uma raça ou a uma etnia? Vixe, e agora!? Que baita confusão!!

Bem, não irei me deter muito no surgimento da distinção dos seres-humanos por raças, pois meu conhecimento em Sociologia e Antropologia são parcos, rasos. Pois.
A ideia de “raças” foi uma construção histórica usada para subjugar povos e justificar tal dominação por parte das “raças superiores”, principalmente durante a II Guerra Mundial.
No entanto, o conceito de raças, aplicado aos humanos, biologicamente deixou de existir. O termo etnia surgiu como alternativa para a lacuna que foi deixada.
Etnia é derivada da palavra grega ethnos (povo) que significa um grupo de pessoas que se diferenciam das demais por afinidades culturais, históricas, linguísticas, morfológicas…
Uma etnia é um conjunto de indivíduos que, mitológica ou historicamente, têm um ancestral comum, têm uma língua em comum, uma mesma religião ou cosmovisão, uma mesma cultura e moram geograficamente num mesmo território, sacou?

Voltando ao assunto do artigo, DEMANDA.
É óbvio que a Umbanda não se resume em “apenas” combater, anular e cortar ações das trevas, saca?
Mas cabe uma comparação com outras religiões.

No Kardecismo, tudo é encarado como um carma, (do sânscrito, ação), ou seja, resultado das ações passadas, às vezes mal entendidos, como se fosse uma conta bancária em que há a necessidade de se saldar, e de qualquer forma a pessoa entende a sua responsabilidade.

No Budismo todo sofrimento é visto como uma ilusão decorrente do apego à matéria onde se entende que a pessoa tem a responsabilidade de se desapegar da matéria para livrar-se do sofrimento.

No Judaísmo, o ser reconhece os seus pecados e muitas vezes usa um “Bode Expiatório” para se livrar dos erros por ele cometido. O “bode” simboliza o sacrifício e, mais do que isso, o autossacrificio para alcançar a absolvição.

No Catolicismo, nascemos predestinados ao pecado (tal qual o quadro de humor/jornalístico do José Simão – Folha de S.Paulo/Band News FM) e melhoramos a situação reconhecendo os pecados (afinal “todo mundo é pecador”), pedindo perdão e rezando incessantemente para obter a absolvição. No Catolicismo, não há sacrifício animal, pois Jesus, o “Último Cordeiro”, deu seu Sangue por todos, tendo assim o dom do perdão.

No Taoísmo, o Tao é o Tudo, é o equilíbrio. O sofrimento vem quando a pessoa luta contra a sua natureza, quando age de forma antinatural, quando deixa de seguir o rumo do rio e a responsabilidade é assumida por reconhecer que está vivendo sem equilíbrio. A busca pelo “caminho novo” é algo que deve ser alcançado pelo ser.

A Umbanda. O campo de atuação de magia dentro da Umbanda é de certa forma simples, porém funcional e direto. Na Umbanda, é comum se observar entidades cortando magias terríveis “apenas” com alguns elementos naturais.

Na Umbanda, também existem vários recursos de magia tais como ervas, pedras, bebidas, flores, fumo, pemba, velas, defumações, pontos riscados, pontos cantados, oferendas e o próprio descarrego promovido pelas Entidades. E aí, é pouco?
Inúmeras vezes, o Médium vai retirando estes elementos do ritual com a ideia de que assim está colaborando para a evolução de seus Guias.
Esta é a ideia de que Espíritos não precisam de elementos para trabalhar, “fazer a caridade” e que o fumo e a bebida, por exemplo, seriam um “atraso espiritual” por se caracterizar como vício. Jamais. Vício é vício. Ponto.

Pois bem, realmente os Espíritos evoluídos não têm a necessidade, o apego pessoal a elementos e nem o vício propriamente dito, mas eles podem e devem se utilizar destes elementos como recursos para criar um ambiente, para realizar seu ritual, manipular forças, poderes e mistérios que estão contidos ou relacionados com estes elementos, saca? 
Assim, trabalha-se na Umbanda com Espíritos que usam nomes simbólicos por meio de rituais e simbolismo mágístico. Dentro desta realidade, tendo por premissa que a Umbanda é Divina e Sagrada, toda a ação mágística de Umbanda se volta para a cura e o bem-estar de médiuns e dos que a procuram para alcançar o aprimoramento consciencial.

Após uma demanda, uma ação magística negativa em suas vidas, muitos médiuns passam a se interessar pela Magia Divina, Positiva e pela prática da caridade. Depois de um estrago, muitos se dão conta da importância dos elementos mágísticos da Umbanda. É triste, mas inúmeros só aprendem na dor, pois com a dor se “desce do salto”, já diria o locutor Galvão Bueno. Com a dor, o ser humano se torna mais humilde. Com a dor, se acaba toda arrogância, prepotência, soberba e empáfia. Na dor, se julga menos e se aceita mais a verdade do outro. 
Que bom seria se todos pudessem aprender com o Amor, hein?!

Muitos umbandistas ainda têm medo de Magia Negativa, medo de Demanda, porque eles sabem que existem, mas não sabem como cortar, desfazer e neutralizar sua ação. Então, falta algo a ser aprendido. Claro!

Umbandista com medo de magia negativada é como kardecista com medo de Espíritos, ou católico com medo do sermão do Padre.
Falta entender, aprender e querer praticar a Umbanda!

Plante, renove as alegrias, e se encante com o seu ato de plantar! E aí, já plantou hoje?

Num mundo de impuros, deixa-te “corromper” pela pureza!

Permita-se ser feliz. Conheça a Umbanda!
.´. Ashé

Por: Alíssio Tully – C.E.U. Estrela Guia

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